Quando o Palmeiras, recém campeão da Copa Libertadores da América, entrar em campo, no próximo domingo, lá do outro lado do planeta, em Doha, capital do Catar, o futebol acreano se sentirá de certa forma representado pelo goleiro Weverton, criado na periferia de Rio Branco.
Eu havia planejado estar lá nesse mundial, independentemente da participação de um time brasileiro. Planejei isso em meados do ano passado, entendendo que a pandemia já teria acabado, seis meses depois. Eu não contava, naturalmente, que o flagelo da circulação do vírus iria durar tanto.
Pelo meu raciocínio simplório, os negacionistas e genocidas, principalmente por conta do desejo deles de se perpetuarem no poder, iriam dar um passo atrás nas suas insanidades e começariam logo a levar o vírus a sério, coordenando ações que pudessem proteger eficazmente os brasileiros.
O tempo provou que eu estava enganado. E meses depois o vírus continua circulando com uma velocidade e uma letalidade absurdas. Nem que eu quisesse desafiar o perigo poderia estar no Catar a essa hora, levando em conta que os brasileiros estão proibidos de entrar naquele país peninsular.
Ainda bem que eu não cheguei a comprar as passagens para ir e voltar de Doha. Se tivesse comprado estaria às voltas agora com um problema maior, sem saber o que fazer para pegar o dinheiro de volta ou remarcar os bilhetes para algum lugar, em algum momento futuro, depois da pandemia.
Aliás, a propósito de planos de viagens futuras, agora volto o meu radar para os Jogos Olímpicos de Tóquio, marcados para o mês de julho. Já até estou arranhando algumas palavras em japonês. Coisinha pouca, como arigatô, sushi (com muito arroz) e sashimi (com muito salmão cru e pimenta).
Já estou arranhando algumas palavras, mas ainda não decidi quando vou adquirir os bilhetes e/ou reservar o hotel. Vou esperar chegar a minha vez de tomar a vacina. Pra mim, qualquer vacina serve. A que chegar primeiro, eu dou o braço pra furar. Não quero nem saber se posso virar jacaré.
Digo que qualquer vacina serve, mas, se eu pudesse escolher, iria preferir a dos russos. Segundo eu ouvi falar, é a vacina dos camaradas que oferece a proteção mais alta. O braço que eu esticaria, por razões óbvias, seria o esquerdo. Inclusive porque a cortina dos caras nem é mais de ferro.
Mas voltando ao fio da meada, acho que os acreanos, inclusive os corintianos, mesmo que não confessem abertamente, estarão todos torcendo pelo Weverton. Creio que não há acreano que não sinta uma ponta de orgulho quando o goleiro se cobre com a bandeira do Acre para comemorar vitórias!