Sempre quis estar presente a uma Copa do Mundo.
Os anos passaram.
Muitos sonhos se concretizaram.
Outros mudaram.
A Copa do Mundo deixou de fazer parte do meu imaginário.
Sequer fui atrás de comprar ingressos aos jogos desta Copa.
O destino fez com que ganhasse um par deles.
Justamente os da partida de estreia.
Pois é….
Um sonho se realizou.
Sem a mesma alegria.
Mas com alguns momentos bem marcantes.
Consegui levar o meu pai.
Um grande gol.
O transporte até a Arena em Itaquera foi bem tumultuada.
O chamado Expresso da Copa, o trem, nos levou sem escalas da estação da Luz até Itaquera.
A confusão se deu pela falta de informações.
Erros de indicação e poucos voluntários.
Muita gente nas plataformas.
Vagões lotados.
A estação em Itaquera estava intransitável.
Impossível.
Eram mais de duas horas antes do início da festa de abertura.
Um tumulto.
Pouquíssimas informações.
O trajeto até a entrada Leste do Itaquerão foi longa.
Uma volta gigantesca, talvez necessária, mas a verdade é que o sol estava forte.
E havia muita gente circulando pela região.
O tumulto diminuiu apenas quando fomos obrigados a apresentar os ingressos.
A multidão passou a ser menor.
Na mesma proporção o número de pessoas para informar.
Quando elas apareciam, no entanto, eram sempre muito atenciosas.
Bem treinadas e educadas.
Já dentro do estádio, mais confusão.
Poucas placas indicativas.
Meu lugar era no Bloco 429.
Não há indicação para ele.
Tanto tempo depois, faltavam pouco menos de 30 minutos para o show de abertura.
Chocho.
Sem vibração.
Sem graça.
Sem público.
Com muitos “sem”,
Até mesmo a saída dos artistas, que acenavam para o publico, foi mais aplaudida que o show.
Terminada a abertura, coube ver o esforço de trabalhadores para retirar as quinquilharias do show.
Uma trabalheira sem fim e visivelmente sem organização.
Provocou o atraso da entrada das equipes para o reconhecimento do gramado.
Agora faltava pouco.
E veio o maior momento de todos.
O hino.
O publico levou até o final.
Emocionante.
Foi de arrepiar.
Valeu o dia.
Já o jogo… foi aquilo lá que todos vimos.
Para quem estava presente, outras lembranças.
Muitas brigas entre torcedores.
Por inúmeros motivos.
Certamente, a bebida ajudou (cerveja liberada).
Alguns estavam claramente embriagados.
Havia muitas pessoas assistindo a partida em pé.
Corredores obstruídos, por mais que houvesse voluntários se esforçando para que isso não acontecesse.
O estádio não estava lotado, longe disso.
Havia alguns clarões.
A energia piscou algumas vezes.
O som das “pisadas” vinda das arquibancadas temporárias também assustava.
As filas nas lojas eram gigantescas.
Por conta disso, o segundo tempo começou com muitos torcedores ausentes.
Xingamentos a FIFA, sobretudo no começo.
Xingamentos a Dilma, principalmente durante boa parte do segundo tempo.
Enfim… muitas coisinhas.
Lembrei porque deixei de ser torcedor de estádio.
Já o retorno para casa foi bem mais tranquilo.
Com um dia que foi marcante.
E mais uma certeza.
Os sonhos guardados podem ser resgatados e concretizados.
Com a mesma alegria.