Se o campeonato acreano de futebol profissional fosse um espetáculo teatral, a gente poderia dizer que se tratava de uma peça em três atos. O primeiro ato seria o turno. O segundo ato, naturalmente, seria o returno. E o terceiro ato seria os jogos finais, entre os vencedores de um turno e outro.
Então, seguindo esse raciocínio, o primeiro ato teve o seu epílogo no começo da noite de sábado, na Arena da Floresta. Atlético e Galvez, os duelistas da hora, fizeram um jogo nervoso, alternando erros e acertos. Muito equilíbrio na disputa. Tanto que o vencedor só foi conhecido nos pênaltis.
No final das contas, somados todos os elementos da equação (ou o movimento dos personagens no palco, já que estou fazendo uma analogia com o teatro), deu Galvez. O time da Polícia Militar do Acre tem menos de dez anos de existência. Menos de dez anos e já assume papeis principais.
Ainda que exista um caminho cheio de obstáculos para ser percorrido até o título da temporada, vencer o primeiro turno já deixa o Galvez numa posição de absoluto conforto. Com o triunfo momentâneo, o clube ganhou o direito de jogar a Copa do Brasil, a Copa Verde e a série D de 2019.
Isso não é pouco de jeito nenhum. Em termos de visibilidade, o Galvez vai aparecer no ano que vem como jamais o fez até aqui. E, fora isso, sabe que vai entrar uma ótima grana pela participação na Copa do Brasil. Para os times periféricos do país, a Copa do Brasil é uma espécie de redenção.
Uma vez encerrado o primeiro ato, inicia-se, já nesta quinta-feira (8 de março), a segunda parte da peça. Se o Galvez sobrepujar os adversários de novo, “tchau, bacurau”, a vaca dos outros sete times vai para o brejo e não existirá um terceiro ato. Caso contrário, aí se passará ao gran finale!
Da minha parte, como eu gosto de emoção até o talo, penso que o ideal é que um time diferente leve o segundo turno. No meu entendimento, um campeonato sem final tem um sabor meio insípido. Claro, o time que vence dois turnos é um campeão legítimo. Mas o torneio perde em adrenalina!
Esse meu entendimento de que o ideal é ter um campeão diferente em cada turno é compartilhado pelos outros sete times que disputam o campeonato acreano. Ninguém quer entregar a rapadura assim de mão tão beijada. E, além disso, afinal de contas, a esperança deve permanecer acesa.
É isso, meus caros leitores. O segundo ato promete pegar fogo. Nessa fase existem pelo menos três candidatíssimos ao lugar mais alto do pódio, a julgar pelas apresentações deles na primeira parte da peça. Atlético, Rio Branco e Plácido de Castro vão jogar a vida. Que se salve quem puder!