Umazinha, enfim…

A seleção brasileira de futebol enfim ganhou umazinha: 3 a 0 na Coreia do Sul, em Abu Dhabi, no último amistoso do ano. Os canarinhos estavam devendo. Depois do triunfo na Copa América, foram cinco partidas sem sentir o gostinho do triunfo. Um jejum que já deixava todos apreensivos.

Relembrando. No dia 6 de setembro, o time não passou de um 2 a 2 contra a Colômbia. Os colombianos jogaram melhor. Aí veio o Peru. Um a zero pra eles. Os peruanos jogaram melhor. Aí veio o Senegal e a Nigéria, dois 1 a 1. Os africanos jogaram melhor. Aí veio a Argentina. Outra derrota.

Cinco jogos sem vencer. Um absurdo para a seleção mais vitoriosa da história do planeta bola. Tantos insucessos que muita gente chegou até a ensaiar mudar de time. Não faltou quem começasse a olhar para o lado mais pra baixo do continente sul-americano, pensando em se mudar pra Argentina.

E não faltou também quem duvidasse da competência do técnico Tite. No futebol é assim, costuma-se esquecer rapidamente o sucesso de outrora, ainda que esse sucesso ainda esteja ali na esquina mais próxima do passado. O que conta é o resultado da hora. Sem essa de louvar os “antigamentes”.

Os mais exaltados, como o meu particular amigo Joraí Salim Pinheiro, zagueiro que mais gols contra marcou na história do futebol acreano, defendeu até uma expulsão do citado técnico das fronteiras pátrias. “Que siga o destino do boliviano Evo Morales e vá pro México”, disse o doutor Joraí.

“Ou então”, continuou o Joraí, “que venha treinar um time no campeonato municipal de Xapuri [cidade natal do exaltado ex-zagueiro], fazer um estágio na terra do Chico Mendes. Se for campeão aqui, eu dou o braço a torcer e assino embaixo para ele voltar ao comando da seleção”.

O Joraí é um desses torcedores radicais. Com ele é oito ou oitenta. Não admite perder em nada. Quer vencer sempre, seja palitinho, dominó ou cuspe à distância. Essa última modalidade (cuspe à distância), aliás, de acordo com as palavras do também amigo Toinho Martins, é a que ele mais treina.

Mas voltando ao fio da meada, que é a vitória da seleção brasileira sobre os coreanos, na manhã dessa terça-feira (19), de certa forma ficamos um pouquinho mais aliviados. O Brasil venceu bem e ainda fez um gol de falta, coisa que estava deveras “faltando”. Estava. Agora não “falta” mais.

É isso. O Brasil partiu pra cima da Coreia do Sul e venceu umazinha. Aquele um a zero logo no começo do jogo ajudou muito. Não deu tempo nem dos coreanos abrirem os olhos, apertadinhos pela própria natureza. O Brasil venceu e o Tite se livrou de um exílio, no México ou em Xapuri!