Vida que segue

O Rio Branco foi ao simpático Estado do Tocantins e não resistiu ao Gurupi. Perdeu por dois a zero e foi eliminado da Copa do Brasil. Acontece. Era jogo eliminatório de um tiro só e estava escrito que apenas um dos dois contendores é que seguiria adiante na competição nacional.

Em princípio, levando-se e conta que o time acreano havia deixado para trás o Figueirense, clube frequentador da elite do futebol brasileiro, de folha de pagamento bem mais substancial, muita gente chegou a acreditar que o confronto contra os tocantinenses não seria tão complicado assim.

Mas o que essa turma esqueceu foi que o Gurupi também eliminou um clube pertencente a um futebol tradicional: o paranaense Londrina. Ou seja, o vento que ventava cá era o mesmo vento que ventava lá. Jogando nos seus domínios, tudo indica que o Gurupi sabe como impor o seu ritmo.

Além do mais, no futebol vale muito a ideia de que o destino costuma ser mais condescendente para aquelas equipes que aproveitam as oportunidades que surgem. Num jogo igual, vence quem erra menos. Pelo que eu vi das narrativas, o Rio Branco desperdiçou as suas oportunidades.

Independentemente, porém, desse revés momentâneo, creio que o mais importante nesse instante da história do Rio Branco é a certeza de que o time pode voltar a percorrer uma trilha de sucessos, sobrepondo-se, via bola redondinha, aos adversários que cruzarem o seu glorioso caminho.

O torcedor quer, naturalmente, ganhar todas e sempre. Mas sabe, também, que isso não é possível. Então, já que não pode ser desse jeito, penso que se configura de bom tamanho a formação de um time cuja expectativa de desempenho possa encher de esperança o coração estrelado.

Uma vez consumado o fato da eliminação da Copa do Brasil, que o elenco, a comissão técnica e os dirigentes do Estrelão ergam a fronte e unam forças para que o time dê sequência no campeonato acreano em condição de lutar pelo título do ano. A vida segue e a bola continua a rolar!

E àquelas almas rubras de amor pelo Estrelão, que jamais se conformam ou aceitam uma derrota, eu devo lembrar que até um dia desses atrás, abandonado pela última diretoria eleita, o clube estava à deriva, à beira do caos, sem saber sequer se entraria em campo na temporada 2017.

Então, meus prezados, que a vida possa mesmo seguir o seu curso, mais ou menos como um desses fios d’água que desce calmamente das cordilheiras em noites de verão. Outras batalhas se sucederão nos campos do planeta… E nenhuma treva poderá resistir ao brilho de uma deusa bola!