Visitantes pra lá de ilustres

Dois visitantes pra lá de ilustres passaram pelo meu “chatô”, em Fortaleza, em agosto: o radialista Adelcimar “Dedeu” Carvalho, oriundo de Cruzeiro do Sul, no extremo oeste do território brasileiro; e o engenheiro agrônomo Simi Batista de Menezes, proveniente de Guarapari (ES).

A visita do Dedeu, que me rendeu inclusive uns bons quilos de farinha, foi daquelas rapidinha, tipo médico generalista com muitos pacientes para atender num só dia. O homem veio com a família e tinha uma agenda cheia, nos pointsdo litoral cearense. Mas deu pra gente botar as conversas em dia.

No que diz respeito ao Simi, que os amigos mais próximos chamam de Paulão, deu pra gente passar mais tempo juntos, uma vez que o dito cujo esticou a sua estada em terras alencarinas pra mais de duas semanas. E tome reminiscências de um passado onde fizemos boas serenatas nas noites de lua.

Da boca do Dedeu, que além de radialista também é técnico de futebol, eu fiquei sabendo todos os detalhes do referido esporte lá no Vale do Juruá. As confusões do torneio municipal, o abandono em que se encontra o estádio estadual, as perspectivas de o Náuas voltar à elite do futebol acreano…

A situação do estádio, batizado Arena do Juruá, foi a que mais me deixou entristecido. Pelo relato do Dedeu, o local só não está completamente abandonado porque o presidente do Náuas, Zacarias Lopes, dentro das suas limitações, providencia a manutenção do gramado. Mas apenas isso.

O Náuas, por sua vez, na opinião do Dedeu, só vai voltar à elite do futebol acreano quando mais segmentos da comunidade cruzeirense resolverem abraçar a causa. Pelo que eu entendi, nos últimos anos o Zacarias Lopes é a andorinha solitária que tenta carregar na marra o clube nas costas.

Quanto ao Simi, o nosso bate-papo girou em torno das coisas mais antigas do passado. Lembranças de um tempo em que nos reuníamos aos sábados para animadas partidas de dominó. Eu, ele, o poeta José Augusto Fontes, o tenente Mário Jorge, o advogado Emanoel França e muitos outros.

O Simi, pra falar a verdade, além de engenheiro agrônomo, funcionário do Incra e atleta de dominó, foi muita coisa no Acre nas décadas de 1970 e 1980. Foi, inclusive, caçador (daqueles que não sossegava enquanto não apanhasse a presa) e jogador de futebol de times suburbanos.

Sim, isso mesmo, jogador de futebol. Eu não lembro dessa parte da biografia dele. Também não tenho fotografias dele em time algum. Mas ele me garantiu que foi lateral direito no Peñarol, time do bairro Isaura Parente, treinado pelo feiticeiro Timbá. Eu não lembro. Mas se ele disse, eu acredito!