Zebras na Copa

O mundo anda mesmo esquisito. De repente, não mais que de repente, o pessoal da antiga KGB russa entendeu que devia aniquilar a galera das vizinhanças. É bombardeio pra todo lado, embora os caras insistam em dizer que as bombas são inteligentes. Estou por ver uma bomba com inteligência.

O pior de tudo é que o Brasil perdeu a grande oportunidade de ganhar o prêmio Nobel da Paz. Até parecia moleza, mamão com açúcar, esse prêmio. Parecia tudo certo (pelo menos foi o que a turma das fake news disse) depois que a criatura visitou o Putin. Deu tudo errado. Quer dizer: deu zebra!

Mas deixa isso pra lá, que em briga de cachorro grande um mero escriba tupiniquim não deve meter a colher. Os agressores haverão de pagar pela afronta, pela ambição e pela insensatez. Não seria a primeira vez que uma super potência voltaria do front com o rabo entre as pernas.

Deixa pra lá porque, a despeito dessa possibilidade do fim do mundo, aqui abaixo da linha do Equador ainda se joga futebol. E assim como a suposta zebra que tirou o prêmio Nobel dos psicopatas e sem noção, do mesmo jeito quem está desfilando nos gramados daqui é o tal bicho africano.

Nesse sentido, veja-se a Copa do Brasil. Corri o olhar pelos resultados da primeira fase do torneio e percebi pelo menos três eliminações, digamos, pouco prováveis: Internacional-RS (0 a 2 para o Globo-RN), Grêmio-RS (2 a 3 para o Mirassol-SP) e Novorizontino-SP (0 a 1 para a Tuna-PA).

As eliminações dos times gaúchos, eu só consigo explicar (além do galope da zebra) pelo lado da solidariedade. É que seria insuportável para as respectivas torcidas a eliminação de apenas um deles. Se um passasse, o outro passava também. O contrário também é verdadeiro. Os dois “sifu”!

Quanto à eliminação do Novorizontino, lá em Belém, o que me ocorre é que na hora do jogo caiu uma daquelas trombas d’água costumeiras na cidade. A chuva em Belém é pontual como um relógio suíço. Aí despencou o toró de sempre e o glorioso Novorizontino se afogou.

Sim, teve também aquela zebra lá do Distrito Federal, com a vitória do Ceilândia sobre o Londrina-PR por 2 a 0. Mas aí a gente não sabe bem o que aconteceu. Em Brasília tudo é possível. Tem sempre gente fazendo falcatrua, desde depósito de dinheiro em cueca até alguma rachadinha.

Pois bem. A zebra trocou de continente. Tem mais desse bicho agora na América do Sul do que nas estepes e savanas africanas. Tomara um dia a gente aqui desse lado do Oceano Atlântico possa ganhar um prêmio Nobel. Nem precisa ser da paz não. Pode ser de qualquer coisa. Meio difícil, mas…